História

As origens do município de Pacajá estão relacionadas com a construção da Rodovia Transamazônica e com o Programa de Integração Nacional (PIN), instituído no ano de 1970 e implantado a partir de 1971, pelo Governo Federal. O objetivo do PIN era o de desenvolver um grande Programa de Colonização e Reforma Agrária dirigida na Amazônia, trazendo trabalhadores sem terra de diversos pontos do Brasil, em especial, do Nordeste. A Rodovia Transamazônica constituía-se no eixo ordenador de todo o Programa e, no Pará, os trechos Marabá-Altamira e Altamira-Itaituba foram objeto de planejamento e investimento especiais. No trecho da Rodovia Transamazônica, situado entre os municípios de Altamira e Itaituba, deveriam ser construídas agrovilas. Também fazia parte do Programa a construção de agrópolis (reunião de agrovilas) e rurópolis (um conjunto de agrópolis). Na verdade, foram implantadas várias agrovilas, porém, apenas uma agrópolis – a Brasil Novo, no km 46 do trecho Altamira-Itaituba e apenas uma rurópolis – a Presidente Médici – às proximidades do cruzamento da Transamazônica com a Rodovia Santarém-Cuiabá. O núcleo urbano de Pacajá teve origem na iniciativa pessoal de um colono que instalou em seu lote – situado às margens da Transamazônica, próximo ao rio Pacajá – um pequeno bar e restaurante que começaram a servir de ponto de apoio para caminhões e ônibus que trafegavam pela estrada, da mesma forma como ocorreu com outras localidades surgidas ao longo da Transamazônica. Na mesma época, a Construtora Mendes Júnior havia instalado um acampamento que servia de suporte aos trabalhadores da estrada, na localidade chamada Jacaré, às proximidades do porto da balsa do rio Xingu, no trecho em que, por balsa, chega-se a Altamira. À proporção que as obras da estrada prosseguiam e se distanciavam dos centros urbanos existentes, pontos estratégicos de apoio, como o referido bar e restaurante, passavam a ser paradas obrigatórias daqueles que ali trafegavam. As tarefas requeridas pelos trabalhadores daquela construtora estimularam a implantação de novos serviços, expandindo o centro urbano. Logo, outros lotes rurais começaram a ser divididos e vendidos a interessados na prestação de serviços e no comércio. No final da década de 70 e início da década de 80, a população já estava concentrada e começou a sentir, de certo modo, o descaso da Prefeitura de Portel, devido à distância do Município em relação ao lugar conhecido como Pacajá, surgindo, então, os primeiros movimentos para emancipação da localidade, tendo à frente Geraldo Franco (padre de Pacajá), Antônio Maria de Abreu, “Antônio Chapéu de Couro” e outros. Assim, Pacajá obteve sua autonomia no Governo Hélio Motta Gueiros, através da Lei nº 5.447, de 10 de maio de 1988. O município de Pacajá, desmembrado do município de Portel, tem sua sede na vila de Pacajá, que passou, consequentemente, à categoria de cidade, com a mesma denominação. Sua instalação ocorreu no dia 1º de janeiro de 1989, com a posse da prefeita Maria Zuleide dos Santos Gonçalves, eleita no pleito de 15 de novembro de 1988. O Município é constituído somente do distrito-sede: Pacajá. O nome Pacajá é em homenagem ao rio Pacajá que corta a rodovia Transamazônica. CULTURA A festa religiosa mais importante do município de Pacajá é realizada em homenagem a Cristo Rei, padroeiro da cidade. No mês de junho, ocorrem várias festas na roça com apresentações de quadrilhas, concurso de “miss caipira”, casamento na roça, pau-de-sebo, derrubada de mastro votivo, rezas, arraial e venda de comidas típicas. No artesanato, destaca-se a confecção dos personagens do presépio natalino, esculpidos em madeira, que são montados em dezembro. ASPECTOS FÍSICOS- TERRITORIAIS LOCALIZAÇÃO O município de Pacajá pertence à Mesorregião Sudoeste Paraense e à Microrregião Altamira. A sede municipal apresenta as seguintes coordenadas das geográficas: 03º 50′ 30″ de latitude Sul e 50º 38′ 35″ de longitude a Oeste de Greenwich. LIMITES Ao Norte – Município de Portel A Leste – Municípios de Tucuruí e Baião Ao Sul – Município de Novo Repartimento A Oeste – Município de Anapu SOLOS Predominam NO Município, em associações, AS seguintes classes de solos: Podzólico Vermelho-Amarelo, textura argilosa; Podzólico Vermelho-Amarelo Plíntico, textura argilosa; Latossolo-Amarelo distrófico, textura argilosa, relevo suave ondulado e ondulado; Latossolo Vermelho-Amarelo distrófico, textura argilosa; e Podzólico Vermelho-Amarelo distrófico, textura argilosa, relevo ondulado e forte ondulado. VEGETAÇÃO Predomina NO município de Pacajá a Floresta de Terra Firme, de acordo com AS variações de relevo e solo, nos subtipos seguintes: Floresta Densa dos Platôs, pequena ocorrência a noroeste do Município; Floresta Densa Submontana, na superfície arrasada da serra de Carajás; Floresta Densa dos Vales, ao longo dos cursos d’água; Floresta Aberta Latifoliada cipoal, nas encostas das colinas e outeiros; e Floresta Aberta Mista cocal, nos topos aplainados do relevo residual. A presença de cultivos agrícolas e da pecuária favorece a remoção da cobertura vegetal primitiva e o desenvolvimento de Florestas Secundárias e Pastagens, ao longo da Rodovia Transamazônica. PATRIMÔNIO NATURAL A alteração da cobertura vegetal natural do Município está somada a do município de Portel (4,97%), pois fazia parte dele, quando do levantamento realizado com imagens de satélite LANDSAT- TM, do ano de 1986. Possui uma extensa rede de drenagem, onde se destaca o rio Pacajá. Contém parte da área indígena Parakanã, com 351.697,41 ha (3.516,97km²), distribuída pelos municípios limítrofes (Tucuruí, Itupiranga e Jancundá). Com o objetivo primordial de conservar amostras do ecossistema, é fundamental a criação de uma unidade de conservação da natureza no alto rio Pacajá e seus afluentes. TOPOGRAFIA A altitude da sede do Município é de, aproximadamente, 100 m, sendo, de modo geral, sua topografia levemente acidentada, com ocorrência das maiores cotas na sua porção oriental. GEOLOGIA E RELEVO A estrutura geológica do município de Pacajá está inserida totalmente dentro do Complexo Xingu, cujas rochas cristalinas e metassedimentares (granitos, granodioritos, dioritos, migmáticos, granulitos ácidos e básicos, quartzitos xistos e gnaisses) de idade Pré-Cambriana do Inferior ao Médio, sofreram sucessivos processos metamórficos, que evidenciam sua evolução no tempo e no espaço. Em alguns vales dos principais rios ocorrem sedimentos Quaternários inconsolidados. HIDROGRAFIA O Município apresenta sua rede de drenagem disposta na direção sul-norte, tendo como rios mais importantes o Pacajá e o Anapú. O primeiro banha a sede do Município e limita, parcialmente, ao norte, com o município de Portel, tendo como principais afluentes o rio Pacajazinho e o Arapari. Importantes são, também, o Tueré e uma série de igarapés a noroeste do Município, como a Praia Pitinga, Pedreira, Ilha Sucuriju, Água Preta, Apeua e da Prata, sendo que os quatros últimos servem de limite natural com o município de Portel. CLIMA O Município possui um clima tropical úmido Af, segundo a classificação de Köppen. A precipitação climática é mais freqüente nos meses de fevereiro, março e abril, chegando a coletar 350 mm, no último mês. Em agosto, setembro e outubro as chuvas desaparecem, formando o período mais seco, com a medida não passando dos 70 mm no mês de outubro. O índice pluviométrico anual é de 2.300 mm. A freqüência média de precipitação é de 200 dias de chuva; a temperatura mínima é de 21º C, enquanto que a máxima alcança os 32º C. A umidade relativa é de 85%, com 90% em abril e 80% no mês de outubro, e a insolação média anual é de 2.000 horas. Fonte: SEPOF-PA Portal Amazônia 06/02/2007 – KR

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